HOLOCOLUNA – 0016

  1. SAÚDE XIII. Violência Econômica

Publicado em 19.08.06

Saúde, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é, além da ausência de doença, a sensação de bem-estar físico, mental e social. O Programa Holosófico de Saúde (PHS) acrescenta… e espiritual.

No início o homem se alimentava de frutos, por isso era nômade; ele não tinha moradia fixa, não tinha patrimônio, desconhecia economia e, espiritualmente, era muito puro.

Num determinado momento da História, o homem passou a produzir os alimentos para suprir as suas necessidades diárias.

Depois de algum tempo o homem sentiu-se atraído pela criação de animais, e para isso teve que cercear a liberdade das “criações”, mantendo-as presas num espaço delimitado. Talvez o homem não tenha se dado conta de que naquele contexto prisional ele também estava presente.

O homem prendia os animais enquanto era preso pelo patrimônio. Ambos eram, ao mesmo tempo, prisioneiros e carcereiros.

Agora, o homem teria que produzir alimentos para o seu consumo diário e para seus animais. Em breve, a produção de alimentos superou a capacidade de consumo, ocasionando o acúmulo de alimentos ou estoque.

Estava, assim, estabelecida a dicotomia social: os ricos e os pobres.

A ambição exacerbada de alguns culminou com o aumento progressivo do estoque e consequentemente, com troca do antigo sentimento altruísta pelo atual egoísmo.

Desde então o homem vem tentando minimizar as conseqüências negativas da violência econômica em todas as sociedades do mundo inteiro.

Mas não seria justo alguém tornar-se rico?

Lógico que sim.

Mas, infelizmente, a maioria dos ricos – pessoas e instituições – defende que os fins justificam os meios. Neste particular a violência econômica se impõe – quase sempre acompanhada pela violência política –, deixando para trás pessoas verdadeiramente sem saúde, isto é, sem a sensação de bem-estar físico, mental, social e espiritual.

Na sociedade brasileira, podemos mencionar como a mais recente demonstração de violência econômica, a repetitiva e inconseqüente propaganda de adesão a empréstimos bancários direcionada aos aposentados. A falta de escrúpulo dos golpistas de bancos vem caracterizar a “síndrome do egoísmo selvagem”, valendo-se da figura popular de artistas da TV, também aposentados.

Como se não bastasse, a população é obrigada a conviver com notícias diárias de desvios do dinheiro público, as quais provocam indignação e abalam a saúde de muitos.

Pelo visto, pessoas devotadas ao acúmulo cada vez maior do patrimônio material com paralela indiferença às condições de vida dos seus semelhantes, devem ser portadoras de alguma doença psico-emocional – se ainda não somatizada –, talvez não diagnosticada.

O indivíduo em seu estado de plena saúde – ausência de doença e com sensação de bem-estar físico, mental, social e espiritual – apresenta, naturalmente, grande sensibilidade e interesse pelo bem comum.

Há pessoas que dedicam toda a sua vida na manutenção direta da saúde das outras – os médicos –, muitas das vezes comprometidas pela violência econômica.