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SAÚDE VIII. Violência Policial
Publicado em 08.07.06
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define Saúde como, além da ausência de doença, a sensação de bem-estar físico, mental e social. A Holosofia acrescenta… e espiritual.
Portanto, considerando-se as referidas definições, é fácil compreender a razão pela qual a humanidade vem se afundando cada vez mais no mar de violência. Uma violência multifacetada – auto-violência, violência familiar, violência profissional, violência social, violência ambiental, violência sexual, violência policial, violência religiosa, violência política, violência econômica… – e originária do íntimo de cada pessoa, certamente sem saúde. Sem saúde. Este é o ponto!
Você, que vem acompanhando a Holo-coluna semanalmente, lembra que o parágrafo acima esteve presente em SAÚDE I; hoje ele volta para ratificar a seqüência com que vêm sendo abordas as multifacetas da violência. Isto, não para fazer a apologia da violência, mas para ressaltar a saúde como ferramenta indispensável à convivência social harmônica, respeitosa e verdadeiramente humana.
A violência policial é uma realidade culturalmente incutida naquele que se inicia na profissão. Não raro assistimos, através dos canais de TV, cenas de violência praticadas contra os colegas novatos da própria corporação, como se fosse um comportamento modelo a ser seguido no exercício profissional ou um passaporte para adentrar ao mundo militar.
Certamente, esta invenção foi criada por alguém com distúrbio psiquiátrico não diagnosticado, perpetuando-se através de outros igualmente acometidos. Este fato merece reflexão, constatação e tratamento.
Por outro lado, deve-se reconhecer que a condição de policial é bastante embrutecedora, principalmente nos grandes centros. O policial tem a missão de coibir a violência e garantir a segurança social a todo custo. Por isso, sente a necessidade de ser violento.
A maioria das pessoas com as quais o policial se relaciona no desempenho de suas funções é portadora de doenças causadoras de comportamentos anti-sociais e quase sempre sob o efeito de substâncias alucinógenas, são os marginais.
Esta situação dá medo e gera insegurança ao próprio policial, que sente a sua vida ameaçada a cada momento. Mas aceitar o desafio é preciso, mesmo desmotivado pela certeza da pouca valorização do seu empenho, facilmente constatada pelas incompetentes e absoletas medidas de punição.
Embora não pareça, o policial é freqüentemente acometido de doenças psico-emocionais, muitas vezes culminando com aposentadoria precoce ou até mesmo suicídio.
É a isto que assistimos e assistiremos ainda por muitos anos, até que a sociedade tome consciência e se ilumine o suficiente para entender que a solução do problema da violência, também policial, está contida nas medidas gerais de atenção à saúde.