HOLOSOFIA – 0007

  1. SAÚDE IV. Violência Profissional

Publicado em 10.06.06

Saúde, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é, além da ausência de doença, a sensação de bem-estar físico, mental e social. A Holosofia acrescenta… e espiritual.

Não apenas lendo estas definições, mas internalizando-as e refletindo sobre cada palavra, torna-se fácil visualizarmos e até sentirmos a beleza de uma sociedade saudável. Uma sociedade verdadeiramente humana e feliz. Uma sociedade ideal.

É exatamente este exercício que estamos fazendo neste momento. Agora, pare você por apenas dois minutos, feche os olhos, faça uma inspiração profunda e visualize a sua cidade com todas as pessoas gozando de plena saúde.

Então… sentiu que maravilha!?

Mediante este exercício, podemos (eu e você) concluir que a saúde é o caminho mais perto para a felicidade.

Voltemo-nos, pois, para a nossa sociedade real.

Neste instante, somos tomados por um sentimento de perplexidade, pois não conseguimos compreender o que leva as sociedades – local, nacional e mundial – a se privarem da felicidade, algo desejado por todos.

Infelizmente, o que vemos e vivemos é um estado de permanente competição e, por isso, de extrema violência. Violência em todos os campos, inclusive no profissional.

Nos primórdios da organização da sociedade americana, milhares de chineses eram trazidos para o mercado de trabalho nos Estados Unidos, por questões econômicas, pois significavam mão-de-obra barata em relação os trabalhadores locais.

Os chineses, além de ganharem muito pouco, viviam de forma precária, residindo em aglomerados de minúsculas casas de madeiras.

Revoltados pela ocupação do mercado de trabalho pelos chineses, grupos de trabalhadores americanos, no calar da noite, costumavam metralhar milhares daqueles indefesos imigrantes. Passado algum tempo, os importadores de chineses aportavam com mais navios lotados. Novamente, a hecatombe se repetia.

Atualmente, assistimos à importação de trabalhadores nordestinos para atuarem como cortadores de cana na nossa região. Estes em condições semi-escravas, submetidos a longas jornadas de trabalho, recebendo salários vis, dormindo no chão e sem higiene.

A violência profissional pode ser constatada em inúmeras empresas de aviação e transportadoras rodoviárias, através de excessivas horas de trabalho impostas aos seus funcionários, piloto/tripulação e motoristas, respectivamente.

A auto-violência profissional também existe.Tomemos dois exemplos:

Primeiro, há pouco tempo, tomado pela famigerada competição e ganância sócio-econômico – ausência de bem-estar mental, social e espiritual –, um apresentador de TV – Gugu – forjou a ameaça de seqüestro ao “seu amigo”, o padre Marcelo, chegando a apresentar no seu programa, ao vivo, os supostos criminosos no interior de uma van.

A revelação da verdade revoltou a sociedade e rendeu momentos de vexame e humilhação ao doente apresentador, além do descrédito imediato ao seu programa.

Segundo, outros apresentadores de TV, com o mesmo objetivo – com a mesma ausência de bem-estar mental, social e espiritual –, subornam pessoas pobres – também com ausência de bem-estar mental, social e espiritual – para simularem desavenças amorosas, familiares e/ou com a vizinhança. Eles maquinam estas situações porque sabem que tais misérias atraem a atenção daqueles que com elas se identificam. Assim, garantem o ibope e o emprego, sem jamais se perceberem como doentes, mas espertos.

Como a saúde é importante e indispensável para conferir dignidade às pessoas!

Sebastião Saraiva
Médico e Holósofo