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DESEJO
Publicado em 19/04/2008
A palavra desejo é definida pelos dicionários como vontade de possuir, ambição; vontade de comer, apetite; aspiração, anelo.
A Holosofia compreende o desejo como um sentimento humano de bipolaridade; ao pólo negativo chama ambição, e ao pólo positivo, aspiração.
O pólo negativo do desejo lembra a avidez pelos bens materiais. Logo, a pessoa que se deixa levar por essa modalidade de desejo, invariavelmente, estará atraindo conseqüências indesejadas, tanto para si quanto para os outros.
A quase tudo que temos assistido de violência nas sociedades mundiais decorre do desejo negativo de pessoas, individualmente, ou de grupos de pessoas; aquelas que defendem a tese de que o fim justifica os meios.
É com esta concepção que a desigualdade social se alimenta e a elite do Poder se perpetua na função de explorador da massa pobre e ignorante, o que tão bem caracteriza o mundo capitalista. O atual mundo da globalização.
Mas, por outro lado, identificamos essa massa marginalizada desempenhando o que a psicologia denomina de papel complementar; ela, de forma inconsciente, se permitindo manipular rumo ao desejo de obter bens, muitas das vezes desnecessários.
No aspecto individual, a polícia vem contabilizando o aumento progressivo de roubos e assaltos, a maioria seguida de mortes, mesmo nas pequenas cidades, e até nas zonas rurais. Por quê? Pela presença do desejo negativo de possuir algo que o esforço pessoal não permite conquistar. Vale ressaltar que a realidade social é fruto da própria sociedade.
Na esfera política, ou melhor, na esfera pulítica – esta entendida pela Holosofia como travesti daquela – o desejo, da maioria, de se manter no domínio resulta na pouca atenção dispensada à essencial ferramenta de libertação do povo, a Educação. Não uma educação fundamentada no simples repasse de informações, mas uma educação inteligente. Uma educação de “provocação mental”, de “pensar”. Aliás, esta educação é possível fora da escola, também; ela é possível no meio familiar, nas rodas sociais e no ambiente de trabalho.
Há de se perguntar, por que o desejo negativo é tão fácil de prosperar?
Porque as pessoas – de lá e de cá – não têm consciência, pois se a tivesse não seria possível. Daí a importância e a necessidade da expansão da consciência, pela meditação, segundo a Holosofia (brevemente, Cajuru contará com o Jesus’ Meditation Center)
O pólo positivo do desejo sinaliza para o singelo sentimento da aspiração, autêntico atributo indispensável à realização humana. Aqui existe o desejo pelo possuir bens também, mas este desejo guarda, intrinsecamente, o sentido de necessidade real, compromisso, responsabilidade e ética.
O desejo positivo é eticamente construtivo. Individualmente, a pessoa alimenta o desejo de realizar algo que não apenas sonhou, mas que dedicou grande esforço nessa direção. É o desejo de crescer, humanamente. Portanto, é um desejo legítimo, lícito e legal.
No campo social, o desejo positivo está focado no bem-comum, na felicidade de todos e na paz de espírito. Unamo-nos, pois, em torno deste desejo!
Sebastião Saraiva
Médico e Holósofo
