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AUTO-CUIDADO II
Publicado em 22/12/2007
O artigo anterior quis chamar a atenção para a importância da seleção consciente daquilo que se introduz no organismo com o objetivo de manter os padrões normais da fisiologia humana, com ênfase na alimentação.
A proposta da presente Holo-coluna é convidar você para refletir sobre a introdução no organismo de substâncias desnecessárias e prejudiciais à saúde, pela simples inobservância da importância de uma seleção consciente. Seleção consciente.
Indubitavelmente, a respiração se constitui no primeiro fator essencial à vida, e o oxigênio representa o principal elemento do processo. Tal processo compreende a macro respiração – que acontece pelo trabalho conjunto dos pulmões/coração – e a micro respiração – a qual se estabelece no interior das células de todos os órgãos do corpo humano – e cuja dinâmica consiste na captação do oxigênio (O2) e na eliminação do gás carbônico (CO2). O primeiro é vida, o segundo é morte.
Quando analisamos a complexidade do funcionamento integrado da máquina humana, sentimo-nos pequeninos para reconhecer verdadeiramente o quão sábio foi e é o seu arquiteto, o seu idealizador.
O fato é que nascemos todos bem articulados e funcionando plenamente, e ainda nos são dados, gratuitamente, os combustíveis indispensáveis à manutenção da integridade funcional dessa magna invenção da Natureza, inclusive o O2.
Mas, de nada teria adiantado o capricho na elaboração de tantos detalhes se não fosse dado ao homem a inteligência suficiente para identificar, com lucidez, tais detalhes. Essa inteligência é o maior detalhe, ela faz a diferença.
Entretanto, por razões pouco razoáveis, alguns exemplares humanos subestimam a sua inteligência e praticam atitudes contrárias aos princípios naturais de manutenção da vida saudável implícitos na lógica existencial. Ninguém nasça com chaminé na cabeça. A lógica existencial faz o papel do “Manual de Interação do Homem/Universo”. O “Manual” que norteia o comportamento humano, em relação ao cuidado consigo mesmo, com o outro e com o ecossistema.
Essas atitudes contrárias estão manifestas no tabagista e no usuário imoderado de bebida alcoólica. Isto sem falar no usuário de drogas ilícitas e no alcoólatra ou alcoolista, que são pessoas com grau mais profundo de auto-flagelação, tema a ser abordado oportunamente.
O tabagista ignora o quanto Deus lhe distinguiu, dando-lhe a vida de presente, e o O2 de acréscimo. Por isso, paga, com o suor do rosto, para introduzir no seu organismo mais de 4.000 substâncias tóxicas, das quais duas – alcatrão e cotinina – são cancerígenas. O tabagista adulto é um dependente, quase sempre, manipulado ainda na adolescência, período de maior vulnerabilidade do ser humano aos equívocos existenciais. O que é uma pena!
Para se ter uma idéia do quanto a ignorância é cruel, basta lembrar o sofrimento a que é submetido o feto e o recém-nascido da mãe fumante. O fumo no útero e no leite materno causa lesões anatômicas, neurológicas e cognitivas no feto e na criança.
O usuário imoderado de bebida alcoólica finge desconhecer que o trabalho celular, incluindo os neurônios, só é possível na presença da água. O álcool é lesivo. Por isso, o imoderado é acometido, freqüentemente, de pancreatite, cirrose hepática e embriaguês, estados que caracterizam o comprometimento das células do pâncreas, do fígado e do cérebro, respectivamente. No primeiro caso a dor é insuportável, no segundo a morte é quase inevitável, no último há múltiplas conseqüências – agressões familiares e sociais, homicídios, mutilações e mortes –, incluindo a diminuição dos reflexos e o registro da elevada estatística dos acidentes no trânsito.
Há de se concluir que aquele que assume postura contrária aos princípios de manutenção e promoção da vida saudável é um suicida, mesmo que inconscientemente. O que é uma pena!
Logo, o auto-cuidado representa o carinho que cada um dispensa ao presente – a vida – recebido do Criador.
Sebastião Saraiva
Médico e Holósofo