Holocoluna – 0072

72 – AUTO-CUIDADO I

 

Publicado em 15/12/2007

 

Depois de haver contemplado as sete últimas Holo-colunas aos momentos evolutivos do ser humano – da gestante ao idoso –, parece-nos pertinente dar continuidade com sugestões de medidas de valorização da vida.

Enquanto embrião e feto a vida está quase plenamente à mercê da Força Divina, pois a interferência humana é pouco significativa; após o nascimento os cuidados com a nova vida recaem, fundamentalmente, sobre a mãe, incluindo aí a amamentação, o aconchego, a higienização e o cumprimento do calendário de vacinação; a criança maior já se ocupa um pouco de si e passa a contar com outras pessoas auxiliares, destacando-se os familiares e os professores; ao atingir a adolescência, os cuidados com a vida tornam-se responsabilidade maior da própria pessoa, mas ainda com a participação dos familiares, professores, amigos, médicos e dentistas e, naturalmente, com a de Deus, que é perene; ao completar os vinte e um anos de idade o indivíduo adquire emancipação legal, o que significa ser ele, a partir de então, o responsável único dos seus atos ou dos cuidados com a sua vida pessoal. Nesse momento se instala o estado de  semi-dependência ou interdependência, e os resultados e conseqüências estarão estritamente relacionados às escolhas que a pessoa vier fazer.

O exemplo de vida na família, os conselhos e ensinamentos acumulados nos diferentes momentos se reúnem como bagagem a ser utilizada no decorrer dos dias de vida de cada um. A diferença individual se faz pelo maior ou menor interesse e sensibilidade da pessoa à variedade dos caminhos que se abrem a cada instante.

Considerando-se a saúde como condição sine qua non para o indivíduo viver de forma efetiva e prazerosa, e poder desenvolver as suas potencialidades, deve ele se cuidar bem. Cuidar-se bem é valer-se da inteligência, conhecimentos e experiências para se manter saudável.

 Neste particular, o presente artigo se propõe chamar a atenção para a importância da seleção consciente daquilo que será introduzido no organismo, com o objetivo de mantê-lo nos padrões fisiológicos normais, destacando-se os alimentos.

A boa alimentação respeita a função de cada órgão, portanto, a fisiologia humana como um todo, e tem como resultado a manutenção e promoção da saúde física, mental, social e espiritual.

Alimentar-se bem implica na observância da qualidade e quantidade dos alimentos de cada refeição, na mastigação e nos horários.

A alimentação ideal consiste em frutas, verduras, legumes, cereais, sementes, carnes (preferir as brancas), ovos e leite (preferir o de soja). Embora não seja uma tarefa fácil, o importante será escolher alimentos frescos e isentos de agrotóxicos, hormônios e antibióticos. Alimentos orgânicos.

As refeições devem ser balanceadas, e a quantidade ingerida visa apenas saciar a fome, e não encher o estômago de forma exagerada. Quem come compulsivamente tem um problema psico-emocional, portanto, necessita de tratamento.

Evitar o excesso de alimentos é prevenir a obesidade e a diabetes; dispensar o abuso ao sal, às frituras e aos alimentos gordurosos, é fugir da pressão alta e do derrame cerebral ou acidente vascular cerebral (AVC), e do colesterol.

Praticar regularmente qualquer modalidade esportiva ou atividade física, por menor que seja, como a caminhada, é estimular o sistema imunológico a lançar na circulação substâncias – serotonina, dopamina e ocitocina – do prazer, as quais elevam a auto-estima e “espantam” a depressão.

A mastigação correta – média de 32 mordidas a cada bolo alimentar – é capaz de produzir, nas refeições principais, um litro de saliva, sugerindo o uso de líquido (refrigerante causa anemia pelo impedimento da absorção de ferro, e osteoporose) somente uma hora depois, melhorando a digestibilidade e evitando a distensão abdominal. A prática de se alimentar a cada três horas inibe a sensação maior de fome, permitindo à pessoa comer moderadamente.

Hipócrates, o pai da Medicina, dizia: O teu alimento é o teu medicamento.

Sebastião Saraiva

Médico e Holósofo