Holocoluna – 0047

  1. XI. O CONTATO FÍSICO

Publicado em 19/05/2007

 

O ser humano é concebido graças ao contato físico entre o pai e a mãe.

O embrião/feto mantém com a mãe um super contato físico.

Com o nascimento, a amamentação materna dá continuidade ao contato físico.

O pai que acaricia o bebê lhe proporciona o contato físico.

O contato físico, pois, é necessário para o desenvolvimento afetivo do indivíduo.

Neste particular, queremos chamar a atenção dos pais para a importância do contato físico como fator de saúde, a saúde psico-emocional da criança.

Enquanto a mãe alimenta o seu filho com o próprio leite, também está lhe fornecendo a sensação de segurança, acolhimento, doação e amor, através do abraço envolvente e aconchegante, que se repete a cada mamada.

Talvez esteja aí um dos mais relevantes ingredientes do leite materno como garantia da saúde do filho alimentado ao seio, pois o clima de serenidade proporcionado pelo contato físico certamente influenciará para o pleno funcionamento do sistema imunológico do bebê.

Reconhecendo-se a cultura machista brasileira, torna-se imperativo sublinhar o papel complementar do pai em relação ao contato físico com a criança, masculina ou feminina, fazendo com que haja uma expressiva melhoria da qualidade de vida futura no contexto afetivo da pessoa adulta.

Observa-se, na maioria das vezes, que a família estabelece com o bebê e a criança pequena uma relação afetiva caracterizada por freqüentes abraços, mas com o passar dos anos essa prática vai se perdendo, especialmente entre o pai e a filha.

A ausência do contato físico entre pais e filhos contribui para o distanciamento pouco perceptível, mas significativo para o enfraquecimento do laço das relações, também extra-familiares.

A pessoa que desenvolve o hábito de abraçar torna-se mais alegre, segura e saudável, portanto com maior possibilidade de sucesso pessoal, familiar e profissional.

O contato físico expressa o carinho que dispensamos ao outro. Também, a coragem que temos de nos expressar. O abraço é terapêutico.

No re-encontro com as pessoas queridas o abraço demonstra o fim da saudade gerada pela distância inevitável; num momento de dor, expressa o conforto e o apoio que queremos oferecer; em ocasiões de alegrias explosivas o abraço é um convite ao compartilhar da mesma vibração.

Abraçar uma criança é comunicar-lhe a nossa proteção; abraçar o amigo é chamá-lo de irmão; abraçar a pessoa amada é convidá-la à unidade; abraçar o idoso é hipotecar a nossa solidariedade; abraçar uma árvore é incluí-la na nossa natureza universal.

Enfim, o contato físico é uma necessidade humana, que torna o ser mais humanizado e enche de poesia a existência da pessoa desejosa em desfrutar uma vida mais alegre e compartilhada. Seu filho merece.

O contato físico é um caminho à saúde e à felicidade!

Sebastião Saraiva

Médico e Holósofo