33 – ENTREVISTA, parte 2
Publicado em 30.12.06
Jornalzão – Como congregar tanta gente numa única frente de trabalho?
Dr. Sebastião Saraiva – A metodologia consistirá, inicialmente, na formação de grupos que estarão apresentando e debatendo idéias para a concepção de um Plano Piloto, o qual indicará as ações e as metas da Campanha. Haverá a necessidade de muita dedicação, enorme disciplina e grande esforço de todos nós.
Jornalzão – A quem mais as DROGAS prejudicam?
Dr. Sebastião Saraiva – O PHS entende que as DROGAS ocasionam dois tipos de vítimas, as primárias – os usuários – e as secundárias – familiares, amigos e a sociedade como um todo. A nossa indiferença às DROGAS pode resultar num ato de violência a nós ou a um familiar nosso. O nosso próprio estado de insegurança pessoal atual já é um sinal de como nos transformamos, sutilmente, em vítimas reais secundárias.
Jornalzão – Quais as sementes sócio-culturais já plantadas pelo PVS e PVSD em Cajuru?
Dr. Sebastião Saraiva – O PVS ofereceu Workshop a 212 servidores e o 1º Curso de Aprimoramento Profissional (CAP I) aos servidores do Centro de Saúde e da Secretaria de Saúde; agora está na coordenação geral das Equipes dos PSFs (Cohab, Cruz Alta, Cruzeiro, D.Bosco e Piscina), estimulando ações didático-pedagógicas entre seus membros, com Banco Holosófico de Dados (BHD) e outros. O PVSD conta com Holo-coluna semanalmente neste jornal, com as cinco Bibliotecas Comunitárias (a primeira já inaugurada e a segunda em construção), com os Holo-cinemas, com a formação dos Holo-conselhos Comunitários (Cruz Alta e Dom Bosco) e com o Holo-motos Cajuru Clube.
Jornalzão – Onde o senhor encontra tempo para realizar tantas atividades?
Dr. Sebastião Saraiva – O PHS é um ideal, portanto, está na cabeça e no espírito 24 horas por dia, o ano inteiro. Não trabalhamos como funcionário, mas como missionário. Em termos práticos trabalhamos em média 18 horas por dia, de 2ª a 5ª feira (2ª feira, 12 horas de plantão de Pediatria no Centro de Saúde, e 3ª, agendamento até às 12 horas). Mas contamos com muitos colaboradores competentes e dedicados. O pessoal ajuda muito. Mas haja energia, pois o desafio é grande!
Jornalzão – O seu sogro (José Bernardino) foi prefeito, o senhor pensa em política?
Dr. Sebastião Saraiva – A palavra “política” vem de polis, cidade. Todo aquele que se ocupa com o bem-estar comum é Político. O PHS é um autêntico programa político, não político-partidário. A político-partidária, isto que o senhor quer se referir, é outra coisa. Eu, pessoalmente, não tenho vocação, desejo nem habilidade para a política-partidária, além do que os princípios da Holosofia, pelos quais eu me conduzo, impedem a minha filiação a qualquer partido político.
Jornalzão – O senhor poderia citar algum político, nessa sua visão holosófica?
Dr. Sebastião Saraiva – Sim. Tivemos Sidharta Guathama (Buda), Sócrates, Pitágoras, Jesus Cristo, Thomas Morus, Freud, Gandhi, Bhagwan Shree Rajneesh, Luther King e alguns poucos.
Jornalzão – E o que o senhor pretende fazer com o prestígio sócio-político adquirido em Cajuru?
Dr. Sebastião Saraiva – Eu prefiro considerar este prestígio como conquista de bons amigos. Entendo que a política-partidária deva ser exercida com a legitimidade plena, isto é, por quem nasceu e reside em Cajuru, e tem desejo pelo Poder. Eu sou eleitor de Ribeirão, o Poder não me atrai e fico feliz em ser apenas amigo dos políticos-partidários de Cajuru. Meus amigos me bastam!
Jornalzão – O que levou o senhor a escolher Cajuru para implantar o PHS?
Dr. Sebastião Saraiva – Eu não escolhi, o Universo escolheu. Eu não sei nem porque existo. Apenas sei que estou aqui para servir, transformar o meu amor sentimento em amor comportamento, ou seja, promover ações construtivas em prol da comunidade. Por enquanto, em Cajuru, depois, só Deus sabe. Eu estou aberto para o meu destino. E isto me faz sentir uma pessoa feliz e realizada.
Jornalzão – Quem é o senhor?
Dr. Sebastião Saraiva – Eu sou uma criatura que, em passagem por este Planeta, tenho vivido a vida com muita consciência e responsabilidade, mas desfrutando momentos de alegrias e descontrações. Tenho uma linda família, gosto de ler, aprender coisas novas e fazer amigos, além de passear de moto e saborear um bom vinho, com moderação. Faço restrição a um bom número de alimentos com a intenção de chegar aos 117 anos ainda inteiro. Dedico momentos especiais para me deleitar em diálogos com o meu Deus interior, quando me sinto dissolvido no todo, de forma holística, Universal.