HOLOCOLUNA – 0012

  1. SAÚDE IX. Violência religiosa

Publicado em 15.07.06

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define Saúde como, além da ausência de doença, a sensação de bem-estar físico, mental e social. A Holosofia acrescenta… e espiritual.

Estes conceitos vêm explicar comportamentos esdrúxulos e ações violentas no seio de instituições religiosas, muitos dos quais divulgados pelos órgãos de comunicação do mundo inteiro.

Antes, porém, vejamos o que é religião.

A concepção de que toda a Criação se deve a uma Força Superior, a um Deus, é quase unanimidade entre os homens. Portanto, em sendo o homem filho de Deus, existe naturalmente um forte sentimento de afeto entre o filho e o Pai.

Acontece que o filho já nasce como que “emancipado”, isto é, distante física e psicologicamente do Pai. Daí a necessidade íntima do filho em buscar um caminho que venha estabelecer a sua re-ligação com seu Deus.

Eis aí a religião, palavra que quer dizer re-ligação.

As instituições religiosas em geral visam conduzir o filho à presença do Pai, através de uma figura humana exemplar, de comportamento sobre-humano, um santo – Buda, Jesus Cristo, Maomé –, e têm como princípio fundamental ensinar o caminho da felicidade, a partir do amor, da compreensão e do perdão, virtudes próprias de suas respectivas referências. Mas não é isto que se vê.

Buda, segundo a história, renunciou a sua vida de reinado (o pai era o rei dos Sekias) e passou a vida inteira pregando às margens do Rio Ganges. Aqui não há registro de violência religiosa maior.

Jesus Cristo foi sumariamente executado com aquiescência do representante religioso – o sacerdote Caifás – e da maior autoridade política local da época – Pilatos.

Após a crucificação de Jesus, os “Seguidores de Nazareno”, como eram chamados, passaram a ser perseguidos, assassinados e humilhados até que, no ano 313, o rei Constantino, por interesse político, negociou com um grupo de “Seguidores de Nazareno”, tirando-os da clandestinidade e introduzindo seus ensinamentos numa nova religião a ser oficializada com o nome de Igreja Católica Apostólica Romana.

Posteriormente, o desentendimento trouxe a cisão da igreja em ortodoxos e modernos. A insatisfação posterior destes culminou com a igreja protestante, liderada por Lutero. Neste período, por questões de dinheiro – violência religiosa –, a Inglaterra rompe com o Vaticano e inaugura a igreja Calvinista.

O mundo está exausto de assistir a verdadeiras guerras cristãs na Irlanda do Norte, em Israel, na Palestina e em outros lugares.

Maomé, antes de ser aceito como profeta, foi vítima de violência, ameaçado de morte e expulso da sua comunidade. Passados 20 anos, Maomé retorna e, em 612, é aceito pela maioria da sociedade. Mas os muçulmanos estão frequentemente envolvidos com ações religiosas violentas, destacando-se a auto-violência pela auto-flagelação.

Respeitando as peculiaridades e sem querer entrar no mérito de qualquer religião em particular, a presente abordagem teve o objetivo de convidar o leitor a um exercício reflexivo que viesse proporcionar o reconhecimento da linha divisória entre a pessoa doente e a saudável, enquanto militante religioso.

Enfim, a saúde é o único antídoto contra ações violentas, e fórmula mágica em direção ao amor, ao equilíbrio e à felicidade.