Holosofia

HOLOSOFIA

Atualizada em 05/02/2023

 

Sumário

 

1. Gênesis da Holosofia/

1.1 Insight/

1.2 Conceito/

1.3 Princípios/

 

2. Organograma

2.1 Prática Literária

2.1.1 Programa Holosófico Cultural (PHC)

2.1.1.1 Poesias

2.1.1.2 Técnicas

2.1.1.3 Médica

2.1.1.4 Popular

2.1.1.5 Cordel

2.1.1.6 Jornal

2.1.1.7 Holocoluna

 

2.2 Prática Técnica

2.2.1 Programa Holosófico de Saúde (PHS)  

2.2.1.1 Programa de Valorização do Servidor (PVS)

2.2.1.2 Programa de Valorização do Servido (PVSD)

 

2.3 Prática Administrativa            

2.3.1 Programa Holosófico Administrativo (PHA)

2.3.1.1 Análise organizacional da instituição

2.3.1.1.1 Governamental

2.3.1.1.2 Privada

 

3. Trabalho de campo

3.1 Prefeito Inovador

 

 

 

 

 

 

HOLOSOFIA

 

 

Introdução

 

              A Holosofia é o caminho através do qual o homem pode se permitir abandonar a sua caverna interior e se lançar ao Universo, conhecendo a si, percebendo o outro e o mundo e se fazendo acompanhar pelo Creador, na certeza de uma viagem existencial conscientemente humanizada, amorosa e feliz.

              O homem faz parte de um projeto universal enigmático, elaborado, executado e mantido por um Poder Supra-humano. E o reconhecimento dessa realidade só é possível pela capacidade cognitiva diferenciada com a qual esse homem foi dotado, o que soa como um propósito, o de eleger uma espécime da creação capaz de contemplar o seu próprio Creador.

              A ciência e a tecnologia atuais vêm testemunhar a evolução da inteligência humana através dos tempos, e tal evolução vem aguçando a curiosidade do homem em desvendar os múltiplos fenômenos existenciais, incluindo o princípio da vida e a origem de tudo.

              Esse homem parece se comportar como uma criança que, ao receber um brinquedo, ao invés de brincar, passa a se ocupar em descobrir como e quem o fabricou. Então, ao despertar dessa ocupação, o tempo já o transformou em um adolescente. Agora, como ele transcendeu a infância sem brincar, ao ingressar no mundo dos adultos, levará consigo essa carência. E, inconscientemente, para sublimar essa carência, desenvolverá o apego exacerbado ao material e/ou ao poder, chegando a se valer até mesmo de meios ilícitos.

              Mesmo reconhecendo a natureza do espírito humano como criativo e investigativo, portanto, características pertinentes à dinâmica do processo da sua própria evolução, essa carência, metaforicamente, parece exercer uma influência de desequilíbrio entre o ser e o ter. E a constatação dessa afirmativa pode estar representada, simbolicamente, em um único fato: o desejo de conquistar o Espaço antes da conquista plena da Terra.

              A conquista plena da Terra implica na expansão da consciência e na consequente reconsideração do comportamento humano, até então. Tal expansão deve contemplar   aspectos maiores, como a observância efetiva da importância vital do ar e da água, dentro do contexto da sobrevivência e preservação da saúde humana e do crescimento econômico; a redução da desigualdade socioeconômica, no campo do desenvolvimento humano, o qual vem revelando o contraste entre pessoas em condições subumanas e outras vivendo ao sabor da ostentação excessiva; a análise crítica do contraditório da razão, ratificado no elevado investimento em investigações científicas para salvar vidas e curar doenças (medicina), de um lado, e do outro, o superinvestimento em arsenais para tirar vidas de pessoas inocentes, saudáveis e produtivas, através de guerras; e a adoção da ética existencial pessoal, grupal e social, extinguindo a hegemonia da corrupção sobre a dignidade humana.

              Essa complexa, incompreensível e inaceitável realidade mundial atual não condiz com o momento histórico de uma sociedade globalizada pelo milagre da tecnologia moderna, respaldado pela validade da diplomacia e da dialética.

              As guerras deveriam ser acontecimentos do passado, mas, infelizmente, no dia 24 de fevereiro de 2022 eclodiu um conflito armado entre os países da Rússia e Ucrânia, que perdura até hoje, 06 de fevereiro de 2023, sem data para terminar, e com ameaça do uso de bombas nucleares.

              Também, as redes sociais divulgam diariamente a inconcebível ideia (ideologia) de unificação compulsória das nações, através de estratégias contrárias aos princípios de humanidade e liberdade da pessoa humana, englobando a implantação de regime político imposto por uma minoria dominante, causando convulsões sociais, sofrimentos e mortes.

              Caso essa unificação das nações viesse acontecer mediante um plebiscito internacional, após o consenso de cada sociedade, como resultado de um amplo debate, portanto, respeitando o direito dos países e das pessoas, individualmente, ela estaria plenamente validada. Assim, os arsenais de guerra perderiam o sentido, a vida seria reconhecida como uma dádiva do Creador e o mundo transformar-se-ia no paraíso desejado.

              Infelizmente, no atual momento histórico, cada membro das sociedades de todas as nações do Planeta deve estar alerta para o insano e egoísta movimento de domínio político-social em marcha, denominado Nova Ordem Mundial, o qual visa à drástica redução da população mundial utilizando a guerra biológica, a exemplo da pandemia da Covid-19, pelo coronavirus (inofensivo), corrompido em laboratório, causando mais de seis milhões de mortes no mundo.

              A Holosofia almeja a excelência de uma vida terrestre verdadeiramente conquistada por seres humanos conscientes, portanto, convictos de que a existência individual do homem é um dos mais nobres e breves fenômenos universais, necessitando, pois, de sabedoria, sensibilidade, empatia, solidariedade, altruísmo e amor.

            Nesse particular, a Holosofia atua em três modalidades – individual, grupal e social –, tendo sempre a meditação como a “locomotiva” do processo. As modalidades individual e grupal têm programação singularizada; a modalidade social tem uma logística complexa e se destina a empresas privadas e ao Setor Público, destacando-se o município. E, para tanto, conta com três Programas: Programa Holosófico Cultural (PHC); Programa Holosófico de Saúde (PHS); e Programa Holosófico Administrativo (PHA).  

              Por último, uma reflexão: os 100 anos de uma vida humana produtiva (para pouquíssimas pessoas), quando comparados com os 13 bilhões de anos do começo de tudo ou com os 4 bilhões de anos do planeta Terra ou com os 2 milhões de anos dos seus ancestrais Australopitecos, significam apenas um lampejo de vida e uma centelha de tempo. E isso parece, por si só e de forma enfática, desaconselhar a ganância e sugerir a inspiração a uma postura de vida ético-existencial plena.

              Que o tempo empregado na leitura dirigida do conteúdo aqui grafado venha se reverter em ganho significativo para o florescer de uma vida renovada na meditação e na reflexão.  

O autor

           

1. Gênesis da Holosofia

1.1 Insight

 

 

            Ásia Meridional, Índia, no estado de Maharashtra, na cidade Poona, na Osho Multiversity, no dia 11 de março de 1994 (6ª feira), em torno das seis horas da manhã, ao término da meditação – Dynamic Meditation[1] –, saindo do Buddha Hall[2] e adentrando a uma praça rodeada de bambus e povoada por pequenos pássaros, o recém-egresso de uma experiência renovadora, escolhe sentar em um dos bancos ali distribuídos e, de forma introspectiva, permanecer de olhos fechados, a meditar.

            Esse sentar-se com os olhos fechados, a meditar, faculta a percepção consciente de uma onda bioenergética a se propagar suave e progressivamente pelo corpo, produzindo a sublime sensação de paz interior e de plena conexão com o Universo. E isso não é místico, é ciência, por evidência.

            É nesse clima quase sobrenatural, com harmonia biopsicoespiritual que, de forma intuitiva, brota o insght[3]:

A História da Humanidade registra movimentos de guerra em todos os momentos evolutivos das sociedades no mundo inteiro. Se tem sido possível formar batalhões destrutivos, baseados no egoísmo e no ódio, talvez seja também, e mais razoável e humano, compor legiões construtivas, respaldadas no altruísmo e no amor.

Logo, o insight torna-se uma ideia e, como tal, pede um nome. Então, o prefixo grego holos, inteiro, pleno, completo é associado à palavra sophia, sabedoria, formando o vocábulo Holosofia.  

1.2 Conceito

 

A compreensão sobre algo é facilitada a partir do conhecimento do seu conceito ou definição.

Holosofia[4] é a ciência/arte cujos princípios proporcionam uma vida ético-existencial plena, mediante a expansão da consciência pela meditação.

1.3 Princípios

            Princípios são regras de conduta a serem internalizadas e adotadas por alguém, a partir de profundas reflexões diante de si, da vida e do Universo, tendo como base os valores adquiridos nos ambientes familiar, social e profissional.

A meditação é o campo fértil onde as reflexões florescem e os comportamentos se renovam. Meditar é um exercício de esvaziamento da mente, rumo à conexão do meditador com o Todo.

            Larousse (2009)[5] diz: princípio é início; começo; origem; causa; momento inicial; conceito fundamental de uma doutrina ou lei; lei física de caráter geral que um conjunto de fenômenos verificados pela exatidão de suas consequências; norma de conduta regra, lei, preceito.

            Inicialmente, ao se refletir sobre a creação do Universo – trilhões de mundos pelo cosmos; 100 a 200 bilhões de planetas só na Via Láctea; mais de cinco mil exoplanetas apenas na nossa galáxia; a variedade de seres vivos (de uma ameba a uma baleia); os coloridos das flores, dos peixes e da pele do próprio homem; a existência das frutas, para alimentar os animais e o homem; a terra, aparentemente sem vida, realizando o milagre da reprodução vegetal, assegurando a cadeia alimentar e a sobrevivência de todos; o oxigênio, apesar de invisível aos olhos e indispensável à vida; a força da gravidade, garantindo a permanência de tudo na superfície terrestre; a disciplina matemática, a harmonia e a manutenção dos planetas em órbita, que Isaac Newton atribui ao que denominou de lei da gravitação universal (se dois corpos possuem massa, ambos estão submetidos a uma força de atração mútua proporcional às suas massas e inversamente proporcional ao quadrado da distância que separa seus centros de gravidade); as funções específicas de cada órgão, que se complementam na manutenção da homeostase corporal e da vida do homem e demais animais; e tantas outras milhares de maravilhas –, conclui-se por um Poder Infinito do Creador, um Poder Supra-humano, podendo ser chamado Deus ou Existência ou Natureza ou Tao, etc., a depender da sociedade. E isso é essencialmente ciência, por experiência e evidência, mas, também, religião, enquanto religação do homem-creação com o Creador.

            Aliás, a palavra “creador” é uma pérola oferecida por Rohden:

 

A substituição da tradicional palavra latina crear pelo neologismo moderno criar é aceitável em nível de cultura primária, porque favorece a alfabetização e dispensa esforço mental – mas não é aceitável em nível de cultura superior, porque deturpa o pensamento. Crear é a manifestação da Essência em forma de existência – criar é a transição de uma existência para outra existência. O Poder Infinito é o creador do Universo – um fazendeiro é um criador de gado. (ROHDEN, 1995, p.5)[6]

 

Princípio 1.3.1 Ter Deus como a gênese do todo, colocando-O presente em todos os pensamentos, palavras e ações.

1.3.2 Considerar-se (o homem) uma sagrada distinção do Supremo e viver a vida em eterna gratidão.

            O tempo decorrido entre o Big Bang até o presente momento, conforme dados fornecidos pela radiação cósmica de fundo em micro-ondas e as interpretações de observações astronômicas em 2014, indicam que a idade do Universo é de 13,82 bilhões de anos[7].

            Patterson (em colaboração com George Tilton), desenvolveu um método de datação urânio-chumbo e, empregando chumbo isótopo do meteorito de Canyon Diablo, calculou a idade do planeta Terra em 4,55 bilhões de anos.[8]

            O termo humano no contexto da evolução humana, refere-se ao gênero Homo, incluindo hominídeos, como os australopitecos. O gênero homo se afastou dos Australopitecos há cerca de 2,4 milhões de anos, na África, e se ramificou de seu ancestral comum com os chimpanzés. Uma evolução sequencial sugere: Australopitecos; Homo erectus (Ásia); Homo neanderthalensis (Europa); e o Homo sapiens arcaico. Este, evoluiu entre 400.000 e 250.000 anos atrás[9].

            Dessa forma, a ciência quer mostrar as mudanças energéticas ocorridas ao longo de mais de 13 bilhões de anos, incluindo a evolução do ser humano (mais de 2 milhões de anos) e sublinhando a unicidade da sua origem, portanto, confirmando o laço fraternal (“fraterno”, do latim fraternus; “fraternal”, de frater, “irmão”, derivado do Indo-Eropeu bhrater, “irmão”) entre os homens. E isso deve ser compreendido e vivido.

 

1.3.3. Ver e viver o outro com o amor do irmão original

1.3.4 Reconhecer que o curto espaço de tempo permitido a cada pessoa, como hóspede desse Planeta, desaconselha a ganância e o apego.

 

            A vida é um conglomerado de partículas bioenergéticas com funções harmônicas e complementares (seres unicelulares, como bactérias), correlacionadas direta (seres pluricelulares, como o homem) e indiretamente entre si (o Cosmo).

            Em relação à vida humana, constata-se que, inicialmente, duas vidas celulares (o espermatozoide e o óvulo) experimentam a metamorfose; ambos perdem as suas características individuais e “morrem”, mediante o processo de fusão, e logo “ressuscitam” na formação de uma nova estrutura viva, o ovo. Este, multiplica e diferencia as suas células, para construir a placenta, o cordão umbilical e o embrião que, ao final da 8ª semana pós-fecundação, chamar-se-á feto. Esse ser humano, de vida aquática, no ambiente intrauterino, passará pela segunda experiência de conversão do seu modo de vida (segunda “morte”), para renascer no mundo terrestre, a modalidade última de vida, até à sua terceira “morte” energético-material, em direção à sua vida energético-espiritual.

            A ciência biológica explica parte desse fenômeno enigmático, facultando a compreensão da existência humana, através de dois processos:     

a) A espermatogênese, que é a sequência de eventos pela qual as células germinativas primitivas (espermatogônias), latentes nos tubos seminíferos do testículo desde o período fetal, transformam-se em espermatozoides; e esse processo de maturação começa na puberdade e vai até a velhice;

b) A ovogênese, uma sequência de eventos através da qual as células germinativas primitivas (ovogônias) transformam-se em óvulos maduros; processo esse que se inicia antes do nascimento e se completa na puberdade. Há cerca de dois milhões de ovócitos primários nos ovários de uma bebê recém-nascida; eles regridem na infância e chegam a 40 mil na puberdade; e destes apenas 400 tornam-se ovócitos secundários, que serão expelidos na ovulação, no período reprodutivo. (MOORE & PERSAUD, 1994).

E mais, a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera que em cada ejaculação o homem venha a oferecer à mulher entre 1,5 a 5 ml de sêmen, e que em cada ml desse sêmen tenha até 300 milhões de espermatozoides, totalizando 1,5 bilhão de espermatozoides em um único ato sexual, o equivalente a sete vezes e meia a população atual do Brasil, que é de 200 milhões de pessoas. Porém, naturalmente, apenas um espermatozoide dessa multidão será escolhido para fecundar o óvulo, tornando-se o futuro ser humano (a pessoa que você é hoje). Então, há de se indagar: Quem escolhe esse espermatozoide a ser fecundado e quais os critérios utilizados para essa escolha?

A ciência costuma responder que a escolha é feita pelo “acaso” (apelido de Deus, possível pela relutância de alguns).

 

Princípio 1.3.5 As escolhas essenciais da Existência pertencem ao Creador.

Princípio 1.3.6 O sentido da vida está no compartilhar espontâneo e amoroso.

 

O homem mostra-se a si próprio e ao mundo através da sua personalidade, que é o seu padrão individual pessoal e social expressivo de seus pensamentos (pensar), sentimentos (sentir) e comportamentos (agir). E essa personalidade é considerada pela ciência psicológica (grego: psiquê, “alma”, e logia, “estudo de”), como produto resultante de processos mentais.

Em resposta à pergunta se o homem é, essencialmente, bom ou mau não há um consenso entre psicólogos, filósofos e teólogos. 

Diante de comportamentos positivos – humildade, serenidade, cordialidade, fraternidade, empatia, compaixão, caridade, austeridade, amorosidade – defende-se a ideia de que o ser humano é essencialmente bom. Porém, quando constatados comportamentos negativos – arrogância, exaltação, antipatia, hostilidade, agressividade, crueldade, perversidade, egoísmo, ódio – afirma-se que, na essência, o ser humano é mau.

Rousseau[10] defende que o homem nasce bom e a sociedade o corrompe; o homem, enquanto ser humano, se desqualifica ao abrir mão da sua liberdade, a condutora à sua realização espiritual. E a solução se dá pelo autoconhecimento, através do campo emotivo da humanidade. Agostinho[11] concorda, dizendo que, em sendo o homem a imagem e semelhança de Deus, ele é essencialmente bom e capaz de amar; e ele atribui ao amor concupiscente a causa das guerras e revoltas da humanidade. Enquanto isso, Hobbes[12] discorda de ambos, afirmando que o homem é, desde o início, mau, perverso e egoísta, sendo o seu estado de natureza a guerra, disputas e conflitos, e a vida uma guerra em potencial de todos contra todos (“o homem é o lobo do homem”).

Considerando-se a existência e a vida individual em si um enigma, as teorias parecem interessantes e uteis como material de reflexão. Na verdade, apesar dos inúmeros fatores capazes de influenciar o comportamento humano, a consciência, com a sua centelha espiritual, parece despontar como a fonte inspiradora ao devir.

 

Princípio 1.3.7 Viver conscientemente, com a liberdade da escolha responsável do vir a ser.

 

A harmonia presente entre os membros da “família” cosmológica confirma a possibilidade de uma existência paritária dos seres vivos entre si e com o meio ambiente, realçando a turbulência social como algo evitável.

Independentemente do reino – vegetal, mineral ou animal – a que pertença, há forte sinalização para uma existência pautada na proximidade, no agrupamento, em comunidade ou polis (cidade), em família.

Pesquisas de exploração mineral concentram-se em determinado território, objetivando encontrar o produto – barro, areia, pedra, ferro, cobre, prata, ouro, diamante, ródio, nióbio, petróleo – em pauta, parecendo caracterizar a Natureza como “familiar”.

Nos diferentes continentes do planeta Terra há predomínio de vegetações diversas, ocorrendo em lugares específicos até mesmo dentro de um determinado país, como é o caso da existência de frutas e de flores regionais. Essa evidência, parece sugerir uma vida vegetal, também, no modelo “familiar”.

A zoologia é incansável em identificar e descrever formas de vida em sociedade ou em grupos – formigas, abelhas, lobos, gorilas. Assim, mais uma vez, a Natureza insiste em ensinar que a vida vivida pela proximidade ou em sociedade ou em família é útil e necessária para a realização individual e global desses seres.

Em se tratando do ser humano, a Antropologia, a Biologia, a Filosofia, a Sociologia, a Teologia e a Psicologia, são unânimes em reconhecer o homem como um animal social, e o que o caracteriza como tal é quando ele fala, gesticula, necessita de algo ou do outro para sobreviver e realizar seus objetivos.

A Antropologia, ao estudar as raízes do homem, encontra-o desfrutando uma vida compartilhada entre membros de grupos naturalmente constituídos.

A Biologia atesta o homem como animal social ao afirmar que o doente (desarmonia energético-funcional do organismo), para obter a sua cura, necessita do outro – médico, enfermeiro, cuidador, medicamentos.

A Filosofia, na pessoa de Aristóteles,[13] diz que o homem é um ser sociável por natureza, um politikon zoon, um animal político; ele não vive fora da polis (cidade ou comunidade).

A Sociologia ocupa-se da relação do homem com a sociedade, meio onde ele vive e se realiza, enquanto ser humano. Durkheim[14] ensina que as instituições de uma sociedade, incluindo a moralidade, o Direito e religião, são produtos da história; e que a sociedade é a fonte do sentimento moral, intelectual que transcende o indivíduo e o extrapola. E mais, afirma que, em essência, a religião é a fonte de todo conhecimento humano.

A Teologia é compreendida como o estudo crítico da natureza dos deuses, seres divinos e de Deus, seus atributos e sua relação com os homens. E esses deuses decorrem da necessidade existencial do homem, enquanto animal racional e social, em se manter ligado a seres supra-humanos aos quais é atribuída a esplendorosa creação, que lhe salta aos olhos. Eis ai a religião. E mais, a teologia estuda as representações sociais do divino nas diferentes culturas, e, como disciplina acadêmica, destina-se ao estudo racional do contexto cristão, cujo termo passou para o inglês no século XIV. Sampaio realça a importância da religião na sociedade moderna, ao afirmar:

 

Pensar na relação igreja e mundo na modernidade e na pós-modernidade é perceber que essa relação se desenvolve em meio às mudanças próprias de um período em que é necessário repensar estruturas políticas, econômicas e instituições religiosas que já não conseguem responder de forma satisfatória a uma sociedade em transição […] A história da humanidade é marcada pela presença da religião que, em cada cultura, se constitui das mais variadas formas, e é justamente por este motivo que não devemos analisar o aspecto religioso nas escolas de forma preconceituosa, muito menos encarar essa realidade como se estivesse distante da sociedade moderna, muito pelo contrário, busca-se encontrar o melhor caminho para a oferta do Ensino Religioso (ER), considerando que, numa sociedade que se moderniza o tempo todo, em que a transformação se torna necessária para atender as várias demandas, o ER precisa também fazer parte desse processo, a fim de responder aos anseios religiosos da sociedade, respeitando seus valores culturais.

 

A Psicologia Social dedica-se à compreensão dos “como” e dos “porquês” do comportamento do indivíduo nos diferentes ambientes – familiar, profissional e social – e os fatores que exercem influências sobre tal comportamento. A pessoa assume determinado comportamento social em conformidade com os seus valores morais e culturais. E isso significa que enquanto o indivíduo influencia a sociedade, também é influenciado por ela. Nesse aspecto, a saúde mental e a adequação da pessoa no meio social e familiar podem ser avaliadas pelo seu comportamento.

Logo, conclui-se que, a família se constitui na fonte dos valores internalizados pela criança/adolescente os quais serão empregados nas suas experiências futuras, denotando, por conseguinte, o quanto relevante é a família para a sociedade e para o mundo.

 

Princípio 1.3.8 A família é, por natureza, a raiz existencial-social do ser humano.

Princípio 1.3.9 O comportamento é a manifestação objetiva dos valores internalizados.

 

            O povo ocidental tem, dentre as suas características culturais, o hábito da atenção voltada para fora, assim como o imediatismo e a pressa. E isso faculta a realização rápida de muitos afazeres ao longo do dia, embora produza considerável nível de cansaço e estresse. A vida moderna vem exigindo cada vez mais essa postura, tanto dos trabalhadores adultos como das crianças e adolescentes, estudantes.

O adulto costuma ter horário fixo de trabalho e, na maioria das vezes, por residir distante do local da empresa, termina acordando bem mais cedo, para pegar a condução e evitar o atraso; no caso da sua locomoção ser através de táxi ou carro próprio, a preocupação é fugir do fluxo intenso do trânsito. Depois de um dia de trabalhado, envolvido nas tarefas próprias, solucionando problemas de menor e maior complexidade, retorna para casa, chegando já no começo da noite, quase sempre com pouca disposição. Não raro, algumas afazeres domésticos estão à sua espera, compreendendo a supervisão das tarefas escolares dos filhos; a organização dos livros e do uniforme da escola; o preparo da marmita para levar para o trabalho no dia seguinte; o cumprimento da orientação médica de ir à academia e fazer uma atividade física; uma programação na TV; a visita a um familiar que acabou de ser internado; a verificação das mensagens no WhatsApp; e outros. Assim, o tempo parece muito pouco diante de tantos compromissos.

A criança ou adolescente estudante começa a sua maratona com a obrigação de acordar cedo, às vezes, precisando de uma “mãozinha” para levantar, arrumar a cama, tomar banho, vestir o uniforme, tomar café, escovar os dentes e rumar para a escola. Depois de retornar da escola, toma um banho, almoça, escova os dentes e já se organiza para uma aula extra – Inglês, música, ballet, natação, artes marciais – complementar. Ao retornar, logo depois do jantar, deve escovar os dentes e fazer os exercícios de casa, antes de ir para cama, rezar ou orar, em agradecimento a Deus, e dormir.  Mesmo com razoável nível de disciplina, aquela rápida visita aos amigos, pelo WhatsApp, vai se constituir no ponto final das atividades do dia.

Essa intensa rotina será complementada, aos fins de semana, com as compras no supermercado, shopping, salão de beleza ou barbeiro, visitas, aniversários e outras celebrações.

É a enorme quantidade de energia necessária à realização de uma agenda extenuante que leva a pessoa a não se dar conta de si e, ao mesmo tempo, se expor a uma condição extrema de estresse, em especial para quem concentra os trabalhos no modelo home office. E essa condição extrema de estresse tem nome: síndrome de burnout.

O povo oriental, por questão cultural, tem uma rotina menos exaustiva e uma compreensão diferenciada da existência. A religião tem profunda influência na forma de vida adotada pela expressiva maioria das pessoas, e essa é observada no contexto comportamental, tanto de grupos quanto de pessoas, individualmente.

Na Índia, por exemplo, as diferentes religiões e seitas despertam nas pessoas a consciência de que a vida terrena é efêmera. E elas vivem isso. Os preceitos religião Hindu estratificam a sociedade em inúmeras castas, e cada uma tem a sua própria filosofia; há aquela que distingue alguns animais – a vaca, o macaco e o elefante – como sagrados; outras concebem a terra, o chão, como “estrutura mãe”, fonte produtora dos alimentos e demais insumos necessários à vida, portanto, sem o atributo de impureza ou sujeira. E isso passa aos ocidentais a ideia de pouca higiene. Para essa gente, o Ser é a essência, enquanto o Ter é aparência; a riqueza interior supera a riqueza externa; e o corpo é menos importante que o espírito. O foco é o aqui, agora. Assim, a vida diária acontece em ritmo bem menos acelerado, em relação ao ocidente.

A riqueza espiritual é incomparável e compartilhável, além de compatível com a riqueza material. A primeira se diferencia da segunda pelo desapego. E essa evidência se dá pela meditação.

O fluxo de uma energia quântica parece sinalizar para o reconhecimento da meditação como o ponto de equilíbrio entre os polos ocidental e oriental, garantindo a saúde e a pacificação entre os homens. Se isso não for, que deva ser!

A meditação é o exercício da autoconsciência, estado de espírito sublime, capaz de iluminar o meditador, colocando-o diante de si e do cosmo e o revestindo com o manto da ética existencial.

 

Princípio 1.3.10 A meditação permite a expansão da consciência e a neutralização do barulho externo pelo silêncio interior.

 

EPÍTOME

 

1.1 Insight

A História da Humanidade registra movimentos de guerra em todos os momentos evolutivos das sociedades no mundo inteiro. Se tem sido possível formar batalhões destrutivos, baseados no egoísmo e no ódio, talvez seja também, e mais razoável e humano, compor legiões construtivas, respaldadas no altruísmo e no amor.

1.2 Conceito

Holosofia é a ciência/arte cujos princípios proporcionam uma vida ético-existencial plena, mediante a expansão da consciência pela meditação.

1.3 Princípios

1.3.1 Ter Deus como a gênese do todo, colocando-O presente em todos os pensamentos, palavras e ações.

1.3.2 Considerar-se (o homem) uma sagrada distinção do Supremo e viver a vida em eterna gratidão.

1.3.3. Ver e viver o outro com o amor do irmão original

1.3.4 Reconhecer que o curto espaço de tempo permitido a cada pessoa, como hóspede desse Planeta, desaconselha a ganância e o apego.

1.3.5 As escolhas essenciais da Existência pertencem ao Creador.

1.3.6 O sentido da vida está no compartilhar espontâneo e amoroso.

1.3.7 Viver conscientemente, com a liberdade da escolha responsável do vir a ser.

1.3.8 A família é, por natureza, a raiz existencial-social do ser humano.

1.3.9 O comportamento é a manifestação objetiva dos valores internalizados.

1.3.10. A meditação permite a expansão da consciência e a neutralização do barulho externo pelo silêncio interior.

 

Referências

1. Moore & Persaud. Embriologia Clínica. Guanabara Hogan. Rio de Janeiro. 1994, p.14-18

2. Rohden H. Lampejos Evangélicos. Martin Claret. São Paulo. 1995,p.5

3. SAMPAIO, Fabio Maia. Teologia e sociedade: o papel social da igreja frente aos desafios educacionais num mundo em transição. http://dspace.est.edu.br:8080/jspui/handle/BR-SlFE/568

 

4. https://pt.wikipedia.org/wiki/Thomas_Hobbes

5. https://pt.wikipedia.org/wiki/Arist%C3%B3teles

6. https://pt.linkedin.com/pulse/arist%C3%B3teles-x-hobbes-o-homem-%C3%A9-bom-ou-mau-luis-molossi

7. https://pt.wikipedia.org/wiki/Agostinho_de_Hipona

8. https://jus.com.br/artigos/94938/jean-jacques-rousseau-o-homem-nasce-bom-e-a-sociedade-o-corrompe

9. https://pt.wikipedia.org/wiki/Jean-Jacques_Rousseau

10. https://administradores.com.br/artigos/o-ser-humano-e-bom-ou-mau-em-sua-essencia


11. SOCIOLOGIA
 JULHO 5, 2013 13 COMMENTS ÉMILE DURKHEIM

https://super.abril.com.br/coluna/oraculo/quantos-espermatozoides-um-homem-produz-na-vida-toda/

12. https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89mile_Durkheim

 

 

 



[1] Um exercício de meditação apropriado para o povo ocidental

[2] Um salão “sagrado” destinado a meditações e eventos socioculturais

[3] Um termo em inglês utilizado na psicologia para denotar um acontecimento cognitivo e definir o momento em que a pessoa toma consciência e passa a compreender determinado fenômeno ou fato.

[4] Holosofia – patenteada sob o No 900334487, no dia 22 de dezembro de 2009, pelo INPI.

[5] Novo minidicionário Larousse da Língua Portuguesa/Larousse do Brasil. 3ª ed. São Paulo. 2009, p. 665.

[6] Huberto Rohden. Lampejos Evangélicos. Martin Claret. São Paulo. 1995, p.5.

[7] https://pt.wikipedia.org/wiki/Idade_do_Universo

[8] https://pt.wikipedia.org/wiki/Clair_Patterson

[9] https://pt.wikipedia.org/wiki/Idade_da_Terra

[10] Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), filósofo social, teórico político e escritor suíço; suas ideias como, a soberania reside no povo, influenciaram a Revolução Francesa (1789).

[11] Aurélio Agostinho de Hipona ou Santo Agostinho (354-430), filho de Santa Mônica, amante de Melânia e pai de Adeodatus; teólogo e filósofo nascido em Tagaste, atual Souk Ahras, Argélia.

[12] Thomas Hobbes (1588-1679), matemático, teórico político e filósofo inglês.

[13] Aristóteles, filósofo da Grécia antiga (384-422 a. C), fundador da escola peripatética e do Liceu, aluno de Platão e professor de Alexandre, o Grande.

[14]  David Émile Durkheim (1858-1917), é considerado o pai da Sociologia.