Holocoluna – 0096

  1. CONFRATERNIZAÇÃO

Publicado em 12.07.08

 

Confraternização – substantivo feminino – ato de confraternizar. Confraternizar é ligar, unir como irmãos; irmanar. Assim, ensina o Aurélio Buarque de Holanda.

A confraternização permite a convivência harmônica entre as pessoas, no sentido mais puro da palavra; ela faculta a promoção individual e coletiva, cuja contribuição maior encontra-se na humanização e, conseqüentemente, na minimização da desigualdade social.

Considerar o próximo como irmão significa romper todas as barreiras relacionais naturalmente construídas por uma sociedade egoísta, a qual, de movo velado ou não, estabelece distinção, em sentido pejorativo, entre o rico e o pobre, entre o erudito e o ignorante, entre o branco e o preto, entre o homem e a mulher e entre o adulto e a criança.

O rico tornar-se-ia mais rico mediante a experiência de partilhar não apenas parcelas dos seus bens materiais com o pobre, mas de sua afetividade e atenção. Esse partilhar se refere à oferta de oportunidade para que o pobre desenvolva o seu potencial pessoal com dignidade, o que acontece através do trabalho.

O trabalho precisa do estudo para melhorar seus resultados e aprimorar o trabalhador, razão pela qual, escolas, cursos e seminários devem ser disponibilizados, tanto para os empregados quanto para os seus dependentes. O importante é oportunizar o conhecimento, democratizando-o.

A espécie humana é única, embora existam fenótipos – olhos puxados, cabelos loiros, abundância maior de melanina na pele – capazes de realçar diferencias externas entre os povos e/ou entre pessoas de uma mesma nação. O japonês, o alemão, o índio e o africano são igualmente seres humanos, e é assim que devem ser tratados.

A perpetuação da humanidade só é possível pala procriação, fenômeno realizável pela união do homem com a mulher. Logo, o mérito de tão singela façanha cabe a ambos, tornando, pois, inexplicável qualquer postura discriminatória. O momento histórico dos terráqueos clama por profundas reflexões existenciais, cujos desdobramentos, desejam-se, venham culminar com a contemplação da igualdade entre os humanos masculinos e femininos.

O alicerce da sociedade está representado pela sua população infantil, incluindo embriões e fetos, por isso, aqueles que detêm o poder – político, econômico e científico –, independentemente do seu espaço geográfico, devem convergir suas atenções para as gestantes, as crianças e os adolescentes, objetivando uma base sólida onde será edificada uma nova sociedade. Uma sociedade de seres humanos. Seres humanos de verdade.

Com essa visão, a Holosofia vem se utilizando do Programa Holosófico de Saúde (PHS) para estimular o senso crítico das pessoas nos bairros – Cruz Alta e Dom Bosco – da periferia de Cajuru através do Holo-cinema. Oportunamente, outros bairros receberão a mesma iniciativa. A metodologia consiste em assistir aos filmes e, em seguida, discutir as diferentes mensagens ali contidas.

Considerando os 6.500.000.000 de globais, a ação do Holo-cinema nesses bairros guarda uma proporção microscópica, é verdade, mas existe. Quiçá com a “virulência” dos micróbios (micro bios).

Sebastião Saraiva

Médico e Holósofo