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PENSAMENTO
Publicado em 14.06.08
É comum alguém dizer ao mal sucedido que tudo aconteceu pelo fato do mesmo não haver pensado antes.
Nesse caso, quem não pensou antes, o crítico ou o fracassado?
O crítico talvez tenha se apressado o suficiente para não perceber o seu pensamento antes de fazer a crítica, embora possa ter alguma razão em relação ao fato de criticar. Mas o ideal teria sido o crítico ouvir o que o criticado pensou antes de agir, uma vez que toda ação pressupõe um pensamento. Isto vem contrariar aqueles que afirmam ter feito algo sem pensar. Sem pensar nas conseqüências, seria preferível assim dizer.
Com esta assertiva, a Holosofia quer defender a idéia de que toda ação é precedida de um pensamento, consciente ou inconscientemente.
Assim, por razões didáticas, poderíamos classificar o pensamento em duas categorias: pensamento não-pensado; e pensamento pensado.
O pensamento não-pensado é aquele que ocorre de forma automática ou inconsciente ou distorcida; ele costuma culminar com atitudes cujos desdobramentos podem surpreender o pensador, positivo ou negativamente. Há um misto de insanidade e irresponsabilidade.
O pensamento não-pensado é a causa das misérias existenciais e quase sempre sinaliza para algum grau de comprometimento da saúde do “semi-pensador”; ele ocasiona fatos inaceitáveis e comportamentos condenáveis capazes de atingir a muitos, como os desvios do dinheiro público, a corrupção, a indústria do arsenal bélico, incluindo navios submarinos e porta-aviões, as guerras e tantas outras modalidades de violência do homem contra o próprio homem e o ecossistema.
O pensamento pensado passa por um processo complexo de elaboração e tem na reflexão a condição necessária para oferecer ao pensante a garantia da construtividade boa e ética; ele permite que as ações sejam praticadas com consciência.
Ações praticadas com consciência são aquelas que denotam real sintonia do racional com o emocional, da mente com o coração, do corpo com o espírito, do filho com o Pai.
Os pensadores de pensamentos pensados são exemplares, por isso, respeitados, cultuados e idolatrados pela massa semi-pensante; eles representam por si a condição de humanidade do ser humano.
As civilizações que nos antecederam chamaram os seus pensadores de pensamentos pensados de sábios, filósofos e mestres, os quais fizeram escolas e até religiões, e permanecem vivos entre nós. Destacamos Siddhartha Gautama (Buda) – “O que somos é a conseqüência do que pensamos” –; Sócrates – “Achei que me convinha mais correr perigo com o que era justo que, por medo da morte e do cárcere, concordar com o injusto” –; Jesus Cristo – “Amai-vos uns aos outros” – Osho – “Se a tua felicidade tiver alguma razão ela será efêmera, mas se não a tiver ela será eterna”.
Você acha justo permitir que os seus pensamentos prejudiquem a sua vida, na família, no trabalho e no ambiente social? Fique esperto!
Sebastião Saraiva
Médico e Holósofo