Ir para o conteúdo
-
A CRIANÇA
Publicado em 10/11/2007
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saúde é, além da ausência de doença, a sensação de bem-estar físico, mental e social. O Programa Holosófico de Saúde (PHS) abraça esta definição e acrescenta… e espiritual.
Naturalmente, quando se fala em criança, logo se pensa em saúde. Uma criança com saúde. Acriança saudável é alegre, ativa e feliz. Saúde plena (saudena) é sinônima de felicidade.
Como vimos no artigo passado – O Recém-nascido (RN) –, o leite materno nutre plenamente o RN, deixando-o tranqüilo, seguro e feliz. Este desejo de felicidade, traduzido pela amamentação, deve perdurar por toda a vida da criança, através das palavras e atitudes dos pais.
A ausência de doença se obtém pelos cuidados rigorosos – não neuróticos – de higiene, pela boa alimentação e pela vacinação; a sensação de bem-estar físico, mental, social e espiritual se conquista com medidas próprias, específicas, a serem transformadas em sentimentos, em sensações. Neste particular destacam-se as boas relações.
As boas relações consistem, fundamentalmente, na ternura, no respeito, na delicadeza, na gentileza e no carinho com que o casal se relaciona.
O exercício desta prática no âmbito familiar se estende, naturalmente, para o meio social, onde o casal dispensará aos amigos um tratamento fraterno, com muita atenção, consideração, solidariedade e afeto; os temas abordados nos encontros quase sempre se relacionam com situações positivas e construtivas, enaltecendo-se as virtudes das pessoas e elogiando-se os ausentes, aqueles de quem se fala; as boas relações profissionais contemplam a responsabilidade, a sinceridade, a humildade, a honestidade, a cooperação, o bom humor, o comprometimento com o que se faz, a discrição e a ética.
A fé e a esperança cultivadas no lar, através de orações, e presentes nas ações do dia-a-dia do casal, numa fiel manifestação de amor ao próximo, tornam-se o testemunho da sua espiritualidade e da sua proximidade com Deus.
O modelo de pais acima descrito é uma parte daquilo que a criança precisa para sentir a sensação de bem-estar físico, mental, social e espiritual.
A outra parte – que completa o todo – está representada pela forma com que a criança é tratada nos diferentes momentos da sua vida, considerando-se as suas necessidades lúdicas – brincar, correr, pular, gritar, cantar –, sua necessidade de afeto e contato físico – diálogo, carinho, beijos e abraços e “lutas” corporais – sua necessidade de disciplina – atenção ao horário das realizações diárias e cumprimento das tarefas de rotina – sua necessidade de limites – saber seus direitos e deveres e até onde pode ir – sua necessidade de respeito ao outro – pessoas mais velhas, familiares, amigos e colegas – sua necessidade de reconhecimento de autoridade – dos pais, diretores, professores. Mas tudo com amor e convencimento, nunca pela grosseria e imposição.
E esta sensação de bem-estar nos quatro planos será internalizada e tornada um patrimônio existencial a ser repassado por essa criança às futuras gerações. Surgirá Nova Humanidade.
Só damos o temos, e só temos o que recebemos.
Sebastião Saraiva
Médico e Holósofo
