Holocoluna – 0061

  1. O CASAL…I

Publicado em 22/09/2007

 

Deus é de uma inteligência imensurável. A Sua criação guarda uma interdependência intrínseca e indissociável. O ser humano completo foi dicotomizado em homem e mulher. Daí a expressão “a minha cara-metade”.

Na relação sexual, o homem contribui com um inteiro-metade – o espermatozóide – e a mulher com o outro inteiro-metade – o óvulo – na formação do ovo. Esta formação representa a “primeira nova forma de vida”. A vida de um novo ser.

Por que inteiro-metade?

Ambos – espermatozóide e óvulos – são inteiros, mas correspondem à metade do futuro ovo, fazendo com que o futuro embrião tenha a carga genética total formada pela genética de cada um dos pais.

O ovo vai se fixar no útero (nidação) e evoluir de embrião a feto. Eis a “segunda nova forma de vida”.

O bebê é o feto recém-nascido. Aqui acontece a “terceira nova forma de vida”.

A criança, num determinado tempo de sua vida, passa pela experiência de mudanças corporais evidentes, graças à presença efetiva de hormônios – hormônios sexuais – antes latentes. Essa é a fase da puberdade, a “quarta nova forma de vida”.

Por razões biológicas e psicológicas a criança se sente completa no seu contexto familiar, o que deixa de acontecer com a chegada da puberdade, quando os hormônios sexuais passam a despertá-la para a procura da sua metade. Agora, o (a) jovem quer se completar. Inicia-se o interesse pela pessoa do sexo oposto. Vai surgir o namoro, período de excepcional importância!

O namoro é fase da experiência de avaliação mútua das características físicas, psíquicas, emocionais, familiares, culturais, econômicas, sociais e religiosas que precede ao casamento.

O casamento se constitui na formação do casal a partir da união do homem com a mulher, assim como se formou o ovo pela fusão do espermatozóide com o óvulo.

Logo, o casamento representa a “quinta nova forma de vida”. Nesse ponto fecha-se o ciclo. O casal recém-formado manterá relações sexuais e as “novas formas de vida” dar-se-ão naturalmente na mesma seqüência.

Diante de tudo que é “novo” há de existir a consciência da necessidade de “novas” maneiras de pensar e de agir. O casal deve pensar e agir como tal.

Para tanto, o casal deverá centrar e concentrar. Concentrar toda a sua experiência, inteligência e energia na manutenção da sincronia, harmonia e equilíbrio entre as partes.

A inobservância a esta “Lei da Concentração” comprometerá a estabilidade do casal.

Vale ressaltar que ao longo da vida, cada metade, por características individuais e próprias do gênero – masculino e feminino -, sofrerá desgastes existenciais diferentes assim como terá momentos evolutivos diversos, mas a manutenção da sincronia entre os dois, através de reavaliações periódicas das relações, manterá o conjunto satisfatoriamente ajustado até o fim da “linha”.

Reavaliações periódicas das relações! Estas implicam… (vide Casal…II)

Sebastião Saraiva

Médico e Holósofo