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41-V CAPÍTULO: VÔMITO
Publicado em 24/03/2007
O vômito é caracterizado pela eliminação de substâncias provenientes do estômago; ele pode significar uma rejeição ao alimento recebido ou simplesmente denunciar um excesso do que lhe foi ofertado.
A prática da aspiração gástrica do recém-nascido logo após o parto, a partir da década de 70, veio permitir o diagnóstico precoce da existência de defeito na parte alta do tubo digestivo, denominada atresia do esôfago, a qual era reconhecida até então pela presença de espuma arejada na boca do bebê.
Quando o vômito se instala após a primeira mamada o pediatra busca verificar a causa e esclarecer à mãe sobre o fato.
Vale ressaltar a diferencia entre regurgitação e vômito. O primeiro se caracteriza por uma pequena quantidade de leite que escorre da boca do recém-nascido, quando deitado imediatamente após a mamada e que, tendo engolido muito ar, não lhe puseram para eructar, arrotar; e o segundo denota um processo mais explosivo, observa-se o lançamento à distância um volume maior do leite ingerido e o bebê expressa no seu semblante um sinal de sofrimento ou mal-estar.
Em se tratando de recém-nascido alimentado com leite não-materno, o vômito pode traduzir intolerância alimentar ou alergia ao leite recebido.
Enquanto isso, na criança maior, o vômito chama a atenção para uma dieta inadequada; quase sempre se verifica um cardápio que contempla frituras ou alimentos em conserva – lingüiça, salsicha, presunto, mortadela e salame.
Não raro, derivados do leite – iorgute e danone –, que exigem baixas temperaturas permanentemente, são responsáveis pelo vômito.
Por questões didáticas, devemos citar o vômito provocado, seja por tosse ou por substâncias de odor insuportável. Neste caso diz-se que o vômito não é essencial, mas secundário, isto é, o fator desencadeante não se constitui num componente pertinente ao aparelho digestivo. Logo, não lhe é reservado qualquer medicamento específico.
Naturalmente, o vômito pode se fazer presente como parte do quadro de inúmeras doenças, expressando, portanto, uma situação reacional, por isso secundário também.
O vômito impõe ao organismo dois prejuízos relevantes. Primeiro impede a ingestão alimentar; e segundo promove a desidratação, perda de líquido e substâncias orgânicas. Daí a sua importância, principalmente na Pediatria, pois a criança mobiliza, em termos proporcionais, um volume de líquido maior do que a pessoa adulta.
O tratamento do vômito decorrente de defeitos do aparelho digestivo se faz através de cirurgia; quando secundário obtém-se o seu desaparecimento mediante o afastamento do fator causal; e o essencial pede soluções re-hidratantes por veia ou via oral, e medicação – anti-emética – para cortar o vômito, a critério do seu médico.
O propósito deste capítulo é dar ênfase à importância de uma alimentação adequada aos diferentes momentos da criança, a começar pelo leite materno, e, posteriormente, preferindo as frutas, verduras, legumes, peixe, frango e cereais, sempre com pouco sal e pouca gordura.
Sebastião Saraiva
Médico e Holósofo