Holocoluna – 0040

  1. IV CAPÍTULO – A FEBRE

Publicado em 17/03/2007

 

A temperatura corporal do recém-nascido é controlada pelo reto, e na criança maior mede-se na axila, e deve ser considerada febre quando ultrapassar 37,5ºC.

A febre pode indicar tanto sofrimento físico como psicológico.

As doenças infecciosas – causadas por bactérias ou vírus – são responsáveis pela maioria dos episódios febris. Mas os impactos emocionais também podem aumentar a temperatura corporal da pessoa, aqui, a criança.

A temperatura quando se eleva até 37,8ºC é considerada como um estado subfebril, portanto merecedora apenas de banhos para se normalizar; o banho deve durar o tempo necessário para normalizar a temperatura, e a água à temperatura ambiente, natural, nem quente nem gelada.

A febre propriamente dita se caracteriza por temperaturas acima de 37,8ºC, quando estão indicados a medicação antitérmica – Dipirona, o Tylenol e o AAS infanmtil – e o banho.

Vale ressaltar que quanto mais baixa a idade da criança mais sensível ela se apresenta à variação da temperatura.

Uma incubadora desregulada ou um dia de calor intenso podem ser responsáveis pela elevação da temperatura no recém-nascido. Portanto, a febre quando ocorre no 3º ou 4º dia de vida, e coincidindo com o máximo da perda de peso, chama a atenção do médico para a “febre transitória do recém-nascido”, febre de sede, a qual desaparece dentro de poucas horas, com a administração de líquido – água, chá, soro glicosado – a cada meia hora.

A grande preocupação com a febre se dá por conta do estado convulsivo que ela costuma provocar na criança, especialmente nos seus dois primeiros anos de vida, quando parece mais vulnerável.

Como a convulsão denota um sofrimento do sistema nervoso central, das células do cérebro, ela termina exigindo uma atenção maior à criança febril. Neste particular o pediatra costuma orientar às mães para que tragam seus filhos ao médico depois da temperatura normalizada, pois, do contrário, a criança poderá apresentar convulsão enquanto se encaminha ao consultório.

Naturalmente, a convulsão afebril, sem febre, sugere comprometimento cerebral primário, ou seja, uma doença própria do cérebro, portanto com maior chance de deixar a criança com algum grau de seqüela. Entretanto, a convulsão febril não se comporta plenamente inócua, ela poderá causar alguma alteração neurológica na criança.

Sabe-se que uma das principais recomendações do médico é evitar-se a auto-medicação, isto é, a pessoa tomar remédio por “conta”, no caso da criança, por iniciativa da mãe ou dos familiares.

Então como proceder, na prática, diante da criança febril em casa?

A resposta é: dê a medicação antitérmica – uma gota por quilo de peso, até vinte quilos ou um comprimido de AAS infantil – e banho até cessar a febre, e traga ao pediatra. Se a febre voltar enquanto você aguarda o médico, chame a enfermagem e peça para medir a temperatura da criança e informar ao doutor o que está acontecendo.

Não insista na idéia de que a febre só passará se a criança vier tomar a “bendita” Amoxicilina. O pediatra fará o melhor para a sua criança. Acredite no seu médico!

Sebastião Saraiva

Médico e Holósofo